19 dezembro 2024

A esquerda e os riscos à Igreja

A esquerda apresenta riscos significativos à igreja e à Bíblia, manifestando-se em várias formas que desafiam os fundamentos da fé cristã. Um dos principais riscos reside na filosofia coletivista da esquerda, que ignora a natureza individual dos seres humanos. Essa visão pode levar a uma subordinação do indivíduo à vontade do Estado, o que é contrário aos princípios de liberdade individual e responsabilidade pessoal que são centrais ao cristianismo.

Além disso, a esquerda moderna, segundo o Dr. Lyle H. Rossiter em seu livro "A Mente Esquerdista", muitas vezes rejeita a competência e a soberania do indivíduo comum, favorecendo a autoridade de elites esquerdistas. Isso se reflete em uma expansão das funções do governo, resultando em leis opressivas e na rendição das liberdades pessoais. Essa tendência coletivista pode corroer o caráter dos indivíduos ao retirá-los de suas responsabilidades e obrigações, levando a uma dependência do governo que é incompatível com a autonomia e a iniciativa defendidas pela fé cristã.

Um dos maiores desafios para a igreja é a negação do pecado por parte do cristianismo progressista, que é uma corrente dentro da esquerda. Essa abordagem separa o que a Bíblia uniu, enfatizando o comportamento gracioso em detrimento da crença na verdade. Ao rejeitar o ensino bíblico sobre o pecado, essa visão também rejeita a necessidade da obra salvífica de Cristo, interpretando a morte de Jesus como algo diferente do pagamento pelos pecados da humanidade.

Outro risco significativo é a ênfase da esquerda na moralidade em detrimento da doutrina. Para a esquerda, o mais importante é como nos comportamos, e não o que cremos. Essa visão pode levar a uma relativização da verdade e a uma desvalorização da teologia, que é essencial para o entendimento e a prática da fé cristã. A esquerda muitas vezes critica a igreja por se preocupar excessivamente com a ortodoxia, confundindo essa preocupação com legalismo e hipocrisia.

A esquerda também apresenta uma visão simplista da fé cristã, retratando-a como uma "jornada" espiritual individual em vez de uma mensagem de salvação revelada por Deus. Isso leva a uma desvalorização da unidade do grupo em prol da busca pessoal, e a uma relativização da verdade, onde nenhuma certeza pode ser afirmada. A esquerda critica a igreja por sufocar o pensamento livre e por não aceitar questionamentos, quando, na verdade, o que a incomoda é a afirmação da igreja de que existem respostas para esses questionamentos.

Outro ponto crítico é a visão da esquerda sobre a igreja, que é vista como uma instituição falha e dispensável, com foco apenas horizontal (relações humanas), negligenciando o propósito vertical da igreja (relação com Deus). Para a esquerda, a igreja deve resolver problemas sociais, mas não priorizar a adoração e a proclamação da palavra de Deus.

Além disso, a esquerda muitas vezes considera a paz como mais importante que o poder, levando a uma abordagem excessivamente igualitária e pacifista que pode comprometer a autoridade da igreja e sua capacidade de defender a verdade. Martinho Lutero já afirmou: "A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço". A esquerda também tende a justificar comportamentos pecaminosos com base em dificuldades e sofrimentos, relativizando os mandamentos de Deus.

Os desafios que a igreja precisa lutar incluem:

● Defender a verdade bíblica: A igreja deve permanecer firme no ensino da Bíblia sobre o pecado, a salvação em Cristo e a importância da doutrina.

● Promover a responsabilidade pessoal: A igreja deve ensinar a importância da autonomia e da responsabilidade pessoal, evitando a dependência do governo e a relativização das obrigações.

● Valorizar a teologia: A igreja deve defender o valor da teologia como essencial para o entendimento da fé cristã e refutar a ideia de que o comportamento é mais importante do que a crença.

● Proteger a unidade da igreja: A igreja deve promover a unidade do grupo e não a individualidade excessiva, reconhecendo que a verdade revelada por Deus é o fundamento da fé.

● Afirmar o propósito da igreja: A igreja deve reafirmar seu propósito vertical de glorificar a Deus e proclamar sua palavra, além de seu papel horizontal de servir ao próximo.

● Exercer autoridade bíblica: A igreja deve exercer sua autoridade para defender a verdade e condenar o erro, sem ceder a visões igualitárias que enfraquecem sua capacidade de guiar e proteger o rebanho.

● Combater a relativização moral: A igreja deve desafiar a ideia de que dificuldades justificam o pecado, e reafirmar os padrões morais estabelecidos por Deus.

A igreja deve estar vigilante e discernir os riscos que a esquerda apresenta, buscando permanecer fiel à Bíblia e aos seus princípios. A luta contra os desafios apresentados pela esquerda é crucial para a preservação da fé cristã e a integridade da igreja.


11 dezembro 2024

A Importância da Membresia na Igreja

Um Compromisso Bíblico e Transformador 

A membresia em uma igreja local é um elemento central na vivência plena da fé cristã, transcendendo a simples formalidade para estabelecer-se como um pilar fundamental na caminhada espiritual. Ao longo das Escrituras, percebe-se que a membresia não é uma escolha opcional, mas sim um imperativo divino, essencial para aqueles que desejam viver de acordo com os desígnios de Deus.

Primeiramente, a membresia na igreja representa um pacto solene entre o cristão e a comunidade de fé à qual ele pertence. Este compromisso vai além da frequência a cultos ou reuniões; implica submissão à autoridade eclesiástica, responsabilidades mútuas com os irmãos na fé e uma aliança pública de fidelidade a Cristo. A exortação de Hebreus 10:25 reforça a importância de não abandonar a congregação, evidenciando que a membresia não é uma prática opcional, mas uma expressão concreta de obediência à Palavra de Deus.

Além disso, a membresia é um testemunho público de identificação com Cristo e Sua Igreja. Em Mateus 16:18, Jesus afirma que edificará Sua igreja, declarando que nem mesmo as portas do inferno prevalecerão contra ela. Assim, rejeitar ou negligenciar a membresia é, em certo sentido, questionar a sabedoria divina e distanciar-se da estrutura estabelecida por Cristo para sustentar e guiar Seu povo.

Historicamente, a igreja local sempre desempenhou um papel crucial na formação e no crescimento espiritual dos cristãos. O livro de Atos dos Apóstolos apresenta a vida cristã como indissociável da vida em comunidade. A interdependência entre os membros é um tema recorrente, e a membresia oferece uma estrutura para que os dons espirituais sejam exercidos, promovendo edificação mútua. Observe:

  • Em Atos 2:42-47 descreve a dedicação da igreja primitiva ao ensino dos apóstolos, à comunhão, ao partir do pão e às orações. Os versículos 44-45 destacam como os membros compartilhavam tudo o que tinham, provendo uns aos outros conforme a necessidade, ilustrando a interdependência e a edificação mútua: "Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade".
  • Em Atos 4:32-35 novamente vemos a união e a generosidade da igreja primitiva, que agiam como uma só família. Esse texto enfatiza a solidariedade e o apoio mútuo entre os membros: "Da multidão dos que creram, era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nenhuma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum".
  • Em Atos 6:1-7 há o relato que destaca como a igreja local organizava sua comunidade para atender às necessidades específicas de seus membros, como a distribuição de alimentos às viúvas. Esse episódio também demonstra o exercício dos dons espirituais e a colaboração entre os membros para edificar a comunidade: "Escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e mais seis outros. [...] E a palavra de Deus crescia, e o número dos discípulos se multiplicava grandemente em Jerusalém".
  • Em Atos 11:19-26 vemos como a igreja em Antioquia exemplificava a vida comunitária promovendo o crescimento espiritual e a evangelização. O trabalho conjunto de Barnabé e Paulo edificou a comunidade, resultando no primeiro uso do termo "cristãos": "E aconteceu que, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão; em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos".
  • Em Atos 20:28, Paulo exorta os presbíteros da igreja em Éfeso a cuidarem do rebanho, destacando o papel da liderança espiritual em preservar e fortalecer a comunidade: "Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue".
  • E também vemos em Gálatas 6:10, Paulo destacando a responsabilidade de fazer o bem, "especialmente àqueles que pertencem à família da fé", evidenciando o compromisso coletivo que caracteriza a vida cristã.
Ademais, a membresia estabelece responsabilidades claras e privilégios para os crentes. Entre essas responsabilidades estão: a submissão à liderança espiritual, a participação ativa no discipulado mútuo, o envolvimento em ações de evangelização e o apoio ao ministério da igreja. Paralelamente, a membresia proporciona um ambiente seguro para a disciplina eclesiástica, visando restaurar aqueles que caem em pecado e proteger a pureza da comunidade, conforme descrito em Mateus 18 e 1 Coríntios 5.

Outro aspecto essencial da membresia é a demonstração de uma fé genuína por meio de uma vida transformada. Como ensina Mateus 3:8, "frutos dignos de arrependimento" são a evidência de uma conversão verdadeira. A igreja tem o papel de avaliar essa profissão de fé, garantindo que seus membros vivam de acordo com os princípios bíblicos. Dessa forma, a santidade visível torna-se um pré-requisito para a membresia, contribuindo para a preservação do testemunho cristão no mundo.

Embora os aspectos estruturais da membresia possam variar entre culturas e contextos, o princípio bíblico permanece imutável: a membresia deve refletir um compromisso sério com a fé, a submissão à liderança eclesiástica e o amor pelo corpo de Cristo. Processos como entrevistas, aulas de preparação e listas de membros são adaptações culturais, mas todos visam cumprir os objetivos de discipulado, supervisão espiritual e preservação da pureza da igreja.

Em conclusão, a membresia na igreja local não é meramente um aspecto organizacional, mas uma expressão prática de compromisso com Cristo, submissão à Sua Palavra e amor ao Seu povo. Ela é essencial para o crescimento espiritual, o serviço mútuo e a proclamação do evangelho. Portanto, valorizar e aderir à membresia é um testemunho de obediência e fidelidade ao propósito divino para a igreja, promovendo o fortalecimento da fé individual e coletiva.