18 agosto 2024

Jesus Cristo e Seu preparo para o Ofício de Mediador

Estudo proferido na Escola Bíblica Dominical na Igreja Presbiteriana do Ibura, em Recife/PE. 

ESTUDOS NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER 
Capítulo VIII. De Cristo, o Mediador 


Na seção III do capítulo 8, temos o seguinte:
Seção III. O Senhor Jesus, em sua natureza humana unida à divina, foi santificado e sem medida ungido com o Espírito Santo tendo em si todos os tesouros de sabedoria e ciência. Aprouve ao Pai que nele habitasse toda a plenitude, a fim de que, sendo santo, inocente, incontaminado e cheio de graça e verdade, estivesse perfeitamente preparado para exercer o ofício de Mediador e Fiador. Este ofício ele não tomou para si, mas para ele foi chamado pelo Pai, que lhe pôs nas mãos todo o poder e todo o juízo e lhe ordenou que os exercesse.

A Natureza Humana de Cristo Equipada para a Obra Mediadora

As Escrituras ensinam que Jesus Cristo, em sua natureza humana unida à divina, foi santificado e ungido com o Espírito Santo sem medida (Salmos 45:5; João 3:34). Isso significa que Ele recebeu a plenitude do Espírito Santo, não de forma limitada como os profetas e reis do Antigo Testamento (João 3.34; Lucas 4.18). Essa unção era necessária porque, embora Cristo fosse plenamente Deus, Ele também era plenamente homem (João 14:10; Hebreus 2:14-18). Como homem, Ele precisava do poder capacitador do Espírito Santo para cumprir a obra da redenção (Mateus 3:16-17; Marcos 1:10-11; Lucas 3:21-22; João 5:19-30).

É importante observar que Cristo não precisava do Espírito Santo para a salvação pessoal, pois Ele era sem pecado (Hebreus 7:24-26). No entanto, para realizar a obra que o Pai lhe havia designado, a saber, a obra da redenção, Ele dependia totalmente do Espírito Santo (Atos 10:37,38; João 8.28).

A unção do Espírito Santo em Cristo se manifestava de diversas maneiras:
  • Sabedoria e Conhecimento: Colossenses 2:3 afirma que em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.
  • Poder para Realizar Milagres e Curar: Atos 10:38 relata que Jesus foi ungido com o Espírito Santo e poder para fazer o bem e curar os oprimidos do diabo.
  • Obediência Perfeita: A vida de Cristo foi marcada por uma obediência perfeita à vontade do Pai, evidenciando a obra do Espírito Santo em Sua vida (João 4:34; 5:30).
A Necessidade da Natureza Divina de Cristo

Embora a unção do Espírito Santo fosse essencial para capacitar a natureza humana de Cristo, é crucial destacar que a Sua natureza divina também era indispensável para a obra da redenção.

  • Sofrimento Vicário: Somente alguém que fosse infinito em sua capacidade de sofrimento poderia suportar a ira de Deus pelos pecados do mundo. A natureza divina de Cristo tornou isso possível (Isaías 53:5).
  • Autoridade sobre a Morte: Jesus afirmou ter o poder para dar a sua vida e retomá-la (João 10:17). Essa autoridade sobre a morte só poderia pertencer a alguém que fosse mais do que um mero homem.
  • Acesso Eficaz a Deus: Como nosso mediador, Cristo precisava ter acesso garantido a Deus em nosso favor. Sua natureza divina lhe concedeu essa posição privilegiada (Hebreus 4:14-16; Hebreus 7:25; Romanos 8:34; 1 João 2:1).
O Chamado Divino e a Autoridade de Cristo

O ofício de Mediador e Fiador não foi algo que Cristo tomou para si, mas foi chamado pelo Pai para exercê-lo. Hebreus 5:4-5 afirma que ninguém toma para si essa honra, mas deve ser chamado por Deus, assim como Arão foi chamado para o sacerdócio.

O Pai, ao chamar Cristo para essa missão, investiu-o com toda a autoridade e poder necessários para realizá-la:
  • Todo Poder e Juízo: João 5:22,27 declara que o Pai confiou todo o julgamento ao Filho. Mateus 28:18 acrescenta que toda a autoridade no céu e na terra foi dada a Cristo.
  • Senhor e Cristo: Atos 2:36 proclama que Deus exaltou Jesus como Senhor e Cristo.
Conclusão

Em suma, a unção do Espírito Santo foi fundamental para capacitar a natureza humana de Cristo para a obra da redenção. No entanto, essa unção não substitui a necessidade da Sua natureza divina. Foi a união perfeita dessas duas naturezas em uma só pessoa que tornou Cristo o único mediador qualificado e suficiente entre Deus e os homens.


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