A Sexta-feira da Paixão é um dia importante para o calendário litúrgico católico, um dia de rememoração do sofrimento, e da crucificação de Jesus Cristo. Para os católicos, esse é um dia de profunda reflexão espiritual, jejum e oração, onde tradicionalmente os rituais e tradições buscam honrar o sacrifício de Cristo na cruz. Igrejas ao redor do mundo se organizam para celebrar a Via Sacra, onde se reencena o caminho de Jesus até o Gólgota, e a celebração da Paixão do Senhor, assim chamada na liturgia porque a morte do filho de Deus sempre aconteceu às 15h, simbolizando a 15ª hora do dia.
Todos esses acontecimentos simbolizam para os católicos o momento de maior dor e separação de Deus pela humanidade. Em contraponto, para a maioria dos evangélicos, a Sexta-feira da Paixão não mantém o mesmo peso ritualístico e cerimonial. Afinal, a morte de Cristo na cruz, embora central na teologia evangélica como o ato definitivo de redenção e culminar do plano salvífico divino, raramente é contemplada com práticas ou tradições na maior parte dos templos evangélicos. Isso porque os evangélicos tendem a optar por uma enfatização mais direta da narrativa do Evangelho da Bíblia e da reflexão pessoal do significado da cruz, ao invés de seguir um calendário litúrgico específico.
Para os reformados, todos os dias são oportunidades para relembrar o sacrifício de Cristo, e a ressurreição é a própria vitória de Jesus, sendo a celebração no Domingo a expressão máxima da vitória de Jesus. A maior parte dos evangélicos não mantém um foco central na data da morte e celebração da ressurreição em datas específicas, preferindo agir de maneira íntima. Por isso, enquanto a Sexta-feira da Paixão é um dia de silêncio e sombra para os católicos, se o dia for lembrado de alguma maneira pelos evangélicos, será um dia de reflexão e agradecimento, lembrando da morte de Cristo com um olhar também direcionado à alegria que virá no Domingo de manhã com a ressurreição.
Fonte: Vivendo as Escrituras
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