Whitefield era filho de estalajadeiros em Gloucester, Inglaterra. Seu pai morreu quando George tinha 2 anos de idade. A mãe ficou sozinha cuidando da pousada. George cuidava do bar e servia bebidas aos clientes. Quando criança, lia peças teatrais e treinava dramatização. No entanto, também leu a Bíblia e Tomás de Kempis, sonhando tornar-se ministro anglicano.
Aos 18 anos, Whitefield entrou no Pembroke College, Oxford, onde conseguiu se manter atuando como servente dos alunos mais ricos. Ficou impressionado com a devoção religiosa dos membros do Clube Santo quando, a caminho de receber a Eucaristia, foram zombados por outros estudantes. O Clube Santo, fundado por Charles Wesley, adotava regras rígidas para uma vida de santidade, e os membros organizavam o tempo com rigor para estudar e praticar as disciplinas religiosas. Para escarnecer, outros alunos lhes deram o rótulo de “metodistas”. Whitefield achava que era pobredemais para participar do grupo de jovens cavalheiros do Clube Santo. Todavia, conheceu Charles Wesley, que lhe deu conselhos religiosos. Em 1735, Whitefield entrou para o Clube e, naquele ano, passou pela experiência da conversão evangélica. Ele nasceu de novo e “se alegrou em Deus, meu Salvador” (Kidd, George Whitefield, p. 21). Embora intimamente ligado aos Wesley, Whitefield divergia radicalmente no que diz respeito à predestinação. Whitefield seguia João Calvino, ao passo que os Wesley não.
Ele foi ordenado diácono na Igreja da Inglaterra e começou a pregar em Londres e arredores. Grandes multidões se reuniam; suas habilidades de ator eram usadas na pregação. Ele encenava a vida dos personagens bíblicos, dançando, correndo, gritando e chorando. Mas nem todos o aceitavam. Alguns o atacavam com o que vissem pela frente, jogando nele desde frutas podres até gatos mortos. Uma mulher o agrediu com os dentes. Whitefield, conforme Franklin observou depois, “abusava” dos ouvintes, “garantindo-lhes que eram naturalmente metade animais e metade demônios”.
Em 1739, Whitefield começou um itinerário de pregação pelas colônias norte-americanas, iniciando na Filadélfia. Para receber a multidão, logo foram obtidos recursos para construir um auditório de 650m2 (Franklin observa que o auditório não estava ligado a nenhuma denominação específica). Nova York e Nova Jersey foram outros lugares nos quais Whitefield pregou com sucesso.
Depois disso, Whitefield pregou com menos êxito pelas colônias do sul (em Charleston, ministros anglicanos o rejeitaram), até que chegou à Geórgia. Ali pregou a colonos que haviam sido libertos das prisões por dívidas na Inglaterra. As dificuldades do local, incluindo um surto de febre amarela, haviam gerado órfãos, que não tinham quem deles cuidasse. Incentivado pelos irmãos Wesley, Whitefield se determinou a construir um orfanato e recebeu uma doação de terra dos colonos. Bethesda, perto de Savannah, foi fundado em 1740.
Sofrendo de asma e mal conseguindo ficar em pé, Whitefield pregou seu último sermão em Newburyport, Massachusetts, na noite de 29 de setembro de 1770. Morreu no início da manhã seguinte. Isso deu fim à sua sétima viagem pelos Estados Unidos, onde foi ouvido por centenas de milhares, do Maine até a Geórgia, ajudando a desenvolver uma identidade norte-americana. O “Grande Itinerante” havia atravessado o Atlântico treze vezes.
Fonte: Coleção Heróis da Igreja, vol 4, editora Mundo Cristão.
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