01 maio 2023

O conceito bíblico de Trabalho

Augustus Nicodemus Lopes 

Nessa segunda*, 1 de maio, comemora-se o Dia do Trabalho. A data é mais um feriado nacional. Aproveitemos a ocasião para meditar sobre o conceito bíblico de trabalho. 

A maioria dos cidadãos buscam ter as coisas da forma legal, isto é, trabalhando. Em contraste com os que procuram satisfazer seus desejos e necessidades através do furto, há os que trabalham honestamente para conseguir o que precisam. Os cristãos deveriam ser os primeiros a dar exemplo nessa área. 

Foi Paulo quem orientou os cristão de Éfeso nesse sentido: “Aquele que roubava não roube mais; pelo contrário, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o necessitado” (Ef 4.28). Há três considerações a serem feitas aqui. 

1) A preguiça e o roubo andam juntos 

Note que, no texto, o oposto de roubar é trabalhar. Não basta ser honesto – precisamos trabalhar. Nem todo preguiçoso é ladrão, e nem todo ladrão é preguiçoso, mas, sem generalizar, é a preguiça de trabalhar que leva muitos ao roubo. Roubar sempre parece mais fácil do que trabalhar duro para conseguir as coisas. 

Paulo deixa claro que o oposto de furtar é trabalhar “com as próprias mãos,” isto é, dar duro de maneira honesta. Que satisfação temos ao comer do fruto de nosso próprio trabalho honesto! 

2) O trabalho é o caminho ordenado por Deus 

Trabalhar é a forma que Deus determinou para você ter as coisas de maneira legal, sem furtar mais. Não o roubo, ou o furto, negócios ilícitos, mas o trabalho duro, com suas próprias mãos. 

A primeira coisa que o Senhor fez após criar o homem foi colocar uma enxada na sua mão, por assim dizer: “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gn 2.15). E o castigo que lhe deu, após Adão ter comido do fruto proibido, foi “No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.19). 

O quarto mandamento nos ensina, “seis dias trabalharás” (Êx 20.9). Vemos que desde cedo a vocação do homem é trabalhar. É dessa forma que Deus haveria de suprir suas necessidades e dos outros. 

É para isto que você estuda, aprende uma profissão ou aprende uma arte, a negociar, a vender. É isso o que esposas e mães fazem quando se dedicam integralmente ao árduo trabalho de cuidar de sua família. 

3) Trabalhe fazendo o que é bom 

Nem todo tipo de trabalho se encaixa nessa ordem de Paulo, “trabalhe fazendo o que é bom”. Nem todo trabalho permite ao cristão fazer o que é bom. “Bom” aqui é o oposto de roubar. As mãos que roubavam agora devem trabalhar. Alguns trabalhos não podem ser considerados como “fazer o que é bom” se eles envolvem atividades ilícitas, promovem a imoralidade, a dissolução e a vida longe de Deus. 

Muitos se justificam fazendo uma distinção entre a sua fé e o seu trabalho. Eles acham que a fé não tem qualquer relação com sua vida aqui no mundo. Todavia, Jesus Cristo é Senhor de todas as áreas de nossas vidas, inclusive de nosso trabalho. Não há desculpas para quem trabalha em negócios ilícitos ou indecentes, como prostituição, contrabando, motéis, por exemplo. 

A nossa ocupação com coisas lícitas e honestas servem também para nos afastar de tentações que são comuns aos desocupados. Se estamos ocupados em ganhar o nosso pão, temos menos tempo para maquinar e executar o mal. Paulo reclamou que havia entre os tessalonicenses “pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia” (2Ts 3.11). 

Um dos conceitos básicos da fé reformada é que cada vocação é um ministério diante de Deus. Dentistas, donas de casa, carpinteiros, motoristas de táxi... o que eles fazem é tão espiritual quanto pregar um sermão. Servimos a Deus em nossa vocação, no trabalho que ele nos designou. Portanto, sejamos os melhores trabalhadores do país, para a glória de Deus.


* Texto publicado no dia 01 de maio de 2023, numa segunda-feira 

Fonte: Facebook 

[Devocional] Quando Deus diz "Não"

Augustus Nicodemus Lopes 

A Bíblia nos oferece pelo menos 3 razões pelas quais Deus deixa de atender as orações que fazemos. Existem outros motivos além desses 3 pelos quais recebemos um "não" de Deus, como por exemplo a sua soberana, secreta e mui sábia vontade. 

Entretanto, estas 3 razões são as mais comumente mencionadas na Bíblia para as negativas de Deus. 

Razão 1: Motivação errada (Tiago 4.3) 

As razões pelas quais fazemos as coisas é da maior importância para Deus. A razão final de tudo que fazemos deve ser a glória de Deus. 

Assim, quando pedimos determinadas coisas, sem que tenhamos como motivação a glória de Deus, estamos, num certo sentido, praticando idolatria. Estamos colocando nossos interesses à frente da glória de Deus. 

Não é errado pedir a Deus coisas que nos dão prazer e alegria, desde que sejam legítimas e verdadeiras. Entretanto, mesmo coisas legítimas podem se tornar ídolos. 

Além disso, não poucas vezes pedimos coisas a Deus para satisfazer desejos secretos de vaidade, projeção, prestígio ou mesmo satisfação do nosso ego. Deus, que conhece nosso coração, vê os nossos motivos e não atende esses pedidos. 

Porque você não aproveita esse momento para sondar seu coração? Você tem feito seus pedidos a Deus com as motivações corretas? Você deseja acima de tudo que Deus seja glorificado? 

Razão 2: Falta de Fé (Tiago 1.6,7) 

Outro fator que acarreta um "não" da parte de Deus é a falta de fé. Nesse contexto, fé é a confiança de que nosso Deus nos ama, é poderoso para atender nossos pedido e soberano para fazê-lo como desejar. É uma atitude humilde de aceitar qualquer que seja a sua resposta. 

A falta de fé faz com que duvidemos, no íntimo do nosso coração, da existência de Deus e do seu interesse em nos ouvir. É um ceticismo profundo da alma quanto às promessas que Deus nos fez na Bíblia. 

Quando parecer que o Senhor não vai atender o nosso pedido, sondemos o nosso coração: cremos de fato que Ele pode fazer o que pedimos? Confiamos no seu poder e na sua sabedoria? Estamos dispostos a aceitar qualquer que seja a sua resposta? 

Por que você não aproveita esse momento para sondar seu coração? Você tem confiado e descansado na soberania e na sabedoria de Deus? 

Razão 3: Pecados não tratados (Salmos 66.18) 

Com o propósito de nos levar a autoexame, arrependimento, confissão e mudança de vida, nosso Deus com frequência nega os nosso pedidos, a fim de chamar a nossa atenção para o fato de que alguma coisa está errada no relacionamento com Ele. 

Pecados que cometemos e dos quais nunca nos arrependemos - e, portanto, nunca confessados a Deus e aos envolvidos - são causa frequente de resposta negativa à oração. 

Se Deus atendesse as orações de pessoas que vivem na prática do pecado e sem qualquer arrependimento, estaria validando o pecado delas. Se Deus nos dá uma resposta negativa, devemos proceder a um exame sincero de nossa vida, confessar todo pecado conhecido e abandonar toda prática pecaminosa. 

Isso não significa que teremos de ser perfeitos moralmente para que Deus nos responda. Se fosse assim, nunca teríamos respostas. 

O que Deus requer é que nos arrependamos e confessemos a Ele todos os pecados dos quais temos consciência. Somente pecados não confessados impedem respostas de oração. 

Aproveite para sondar seu coração!

Fonte: Perfil do Instagram aqui, aqui e aqui.