Zelo espiritual é uma qualidade indispensável ao verdadeiro pregador da Palavra de Deus. No entanto, esse mesmo zelo tem sido usado por falsos mestres moralistas e farisaicos com fins espúrios. É por isso que os falsos líderes são tão amados e admirados. Eles exercem suas funções eclesiásticas levantando a bandeira do zelo pelas coisas sagradas, quando na verdade, são lobos vorazes em pele de cordeiros.
A história bíblica, eclesiástica e teológica é prova contundente que muitos hereges foram grandemente estimados por suas pregações e ensinos moralistas. Louis Berkhof escreveu sobre o herege Márcion nestes termos:
“Homem de zelo profundo e de grande habilidade, que labutava no espírito de um reformador. A princípio procurou sujeitar a Igreja à sua maneira de pensar, mas não conseguindo êxito em sua obra reformista, sentiu–se constrangido a organizar seus seguidores numa Igreja separada, buscando aceitação universal para seus pontos de vista através de ativa propaganda” (A História das Doutrinas Cristãs. Editora: PES. Pg. 49).
Márcion ensinava uma distinção absoluta entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento. Para ele, o Deus do AT não era o mesmo do NT. Entendia a matéria como má, portanto, negava a encarnação de Cristo. O apóstolo João em sua primeira Carta à Igreja escreveu alertando tal fenômeno:
“Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feitos anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora. Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós” (1 Jo 2.18, 19).
Muitos blasfemadores saíram da Igreja ao serem confrontados e combatidos pelos apologetas. Outros, porém, ficaram disseminando seus erros doutrinários travestidos de zelo espiritual. Os falsos líderes eram e continuam sendo amados porque seus ensinos culminam em práticas pecaminosas que se adéquam ao gosto e interesses de seus ávidos ouvintes. Nesse contexto, como “serpentes”, os falsos mestres continuam tentando muitos membros da Igreja, que atraídos pelos seus discursos arrebatadores são seduzidos e atacados com “veneno” mortal: a heresia.
Todos os falsos mestres receberão no porvir o justo juízo de Deus e Sua implacável ira, castigando-os eternamente em todos os seus pecados.
Nos dias atuais os falsos líderes continuam sendo amados e admirados, mas com uma grande diferença: a mídia. Os holofotes em torno deles têm potencializado não só o amor e admiração, mas terrivelmente a veneração e idolatria de seus seguidores. Qual o principal fundamento para tanto "sucesso"? O amor e o prazer ao pecado travestido de falsa piedade, zelo e moralismo. Acontece assim: Os falsos líderes injetam “veneno” através dos falsos ensinos em seus seguidores e seus seguidores tornam-se um com eles e, ao mesmo tempo, dependentes deles, ao ponto de precisarem de mais “veneno” e mais “veneno”... O resultado é mais amor ao pecado e mais prazer em pecar. Esse ciclo é mortal. O “veneno” injetado mata. Os sintomas do “câncer” são bem vistos no estilo de vida dos falsos mestres e seus seguidores, eles são: egocêntricos e excêntricos. Idólatras e oportunistas. Avarentos e mundanos. Hedonistas e narcisistas. Tornam-se consumidores insaciáveis. É por isso que Paulo ao exortar os jovens pastores Timóteo e Tito, disse enfaticamente:
“É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância” (Tt 1.11). “Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocações, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro” (1 Tm 6.3–5).
Em 1 Tm 1.3–7 o apóstolo Paulo exorta e orienta Timóteo bem como a igreja em Éfeso sobre o dano que os falsos mestres podem fazer ao povo de Deus e a causa de Cristo. No verso 7 está escrito: “Pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações”. O verbo “pretender” no original grego significa: Querer, ter em mente, desejar muito, estar resolvido. O modo verbal particípio presente deixa claro a ação de continuidade. A voz no original é ativa. Portando, os falsos mestres amam continuamente o que fazem e não abrirão mão por ativamente amarem serem o que são – falsos mestres. O restante do versículo e capítulo é uma conclusão lógica à luz do contexto de toda carta do que são capazes e estão dispostos a fazer.
É importante frisar que Paulo ensina Timóteo e a igreja, que os falsos mestres agem abertamente como se fossem verdadeiros “mestres da lei”. Contudo, eles não sabem “nem o que dizem”, que dirá “os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações”. O verbo “passar” no original significa: Ser, existir, acontecer. Ele está expressando uma ação contínua e ativa. Conclui-se que os falsos mestres jamais abrirão mão de ensinarem por amarem o que fazem. Eles continuarão ativamente dentro da igreja disseminando implacavelmente seus falsos ensinos e para melhor resultado, passam-se por “mestres da lei”. Ou seja, tais hereges existem e acontecem falsamente no meio protestante como “mestres da lei”. Que “câncer!” Que lástima! Que tragédia!
Paulo deixa claro à igreja que os falsos mestres “fazem ousadas asseverações”. Eis aqui uma forma clássica de ação: Eles são firmes em seus discursos e enfáticos no método de impressão de seus ensinos através de uma impressionante impostação vocálica. Eles almejavam o púlpito sagrado. Amam pregar. O verbo “asseverar” no original significa: Afirmar com ênfase, declarar de forma contundente. Seu sentido no texto é colocado por Paulo como uma certeza contínua. Portanto, os falsos mestres sempre usarão a oratória como método e recurso para atingir seus objetivos. E mais: Paulo usa a voz média no original, significando que eles sempre estarão preocupados com seus próprios interesses: O amor, prazer e entrega ao pecado.
Muitos falsos mestres existiam dentro da igreja em Éfeso. Mas Paulo faz questão imediata de citar dois nominalmente: “Himeneu e Alexandre” (1 Tm 1.20). O apóstolo antes de fazer menção dos nomes, usa o verbo no original “rejeitar” no verso 19: “tendo eles rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé”. Esse verbo significa: Expulsar para fora de si mesmo, repulsar. É um particípio no aoristo. O aoristo expressa uma ação realiza e acabada. O sentido fica assim: “Alexandre e Himeneu tendo uma vez rejeitado definitivamente a boa consciência, vieram a naufragar na fé”. A voz média é usada para expressar que o sujeito age em benefício próprio. Significando que os dois tomaram tal decisão visando seus próprios interesses. A convicção de Paulo foi clara e objetiva: “os entreguei a Satanás”. Qual propósito? “para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem” (v.20).
A igreja em Éfeso não poderia mais se deixar doutrinar e influenciar pelos falsos mestres. Paulo consciente desta realidade exorta Timóteo bem como a igreja:
“Este é o dever que te encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto: combate, firmado nelas, o bom combate, mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé” (vv.18, 20).
É importante ressaltar que Paulo imediatamente no verso 20 cita Himeneu e Alexandre. Por quê? O próprio contexto da carta deixa claro que esses falsos líderes e sua corja não estavam preocupados com o parecer paulino sobre eles. Eles estavam interessados em disseminar suas heresias a fim de darem vazão aos seus desejos carnais e egoístas. Paulo destaca bem tal motivação aos fiéis no capítulo 6.3–10. No verso 5 está escrito: “... homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro”. Aqui há uma grande lição para a igreja em todos os tempos no que concerne à prevenção e combate aos falsos líderes. Paulo faz uma afirmação categórica: os falsos mestres são contínuos em seus objetivos. Portanto, não cabe aos líderes e à igreja serem flexíveis com eles. Eles devem ser implacavelmente combatidos. Por isso que o apóstolo Paulo em nome da saúde da igreja e da glória de Cristo não hesitou em citar nomes. Aqui não houve espaço para o hasteamento da tão famosa bandeira hodierna do politicamente correto! Paulo usou o verbo “supor” que no original significa: manter pelo costume ou uso, considerar. O modo verbal é o genitivo, indicando posse. O tempo verbal expressando continuidade e a voz indicando ação do sujeito.
Para os primeiros leitores ficou clara a mensagem. Ou seja, os falsos mestres estavam viciados no uso contínuo e ativo da fé religiosa como fonte de lucro. Estavam exercendo grande influência sobre as casas e em especial as mulheres (5.1–16). Agindo assim, perpetuavam sua influência e poder dentro da igreja. Eles almejavam tomar posse completa do púlpito – que é a expressão máxima da verdadeira pregação Cristocêntrica – e o transformar em sua mais elevada tribuna pervertendo–o para os seus mais espúrios e avarentos propósitos. O “câncer” mortal do falso ensino estava se espalhando dentro da igreja em Éfeso (2 Tm 2.17,18). É neste contexto que devemos analisar e entender o famoso versículo: “porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nesta cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (v.10).
Os falsos mestres de hoje são bem parecidos com os de ontem. Seus erros e práticas são mais visíveis por força da velocidade da informação e propaganda. Os pecados são os mesmos. Os objetivos são os mesmos. Eles amam e se deleitam no prazer do pecado. Precisam custear seus mais exóticos, estapafúrdios e caros desejos carnais. Como? Eles se infiltram na igreja a fim de usá-la para fins gananciosos. Eles nunca saíram por completo de nosso meio. Deus os mantém dentro de seu soberano, sapiente e eterno plano. Naquele grande dia tudo será revelado. Inclusive alguns mistérios que giram em torno dos falsos mestres em sua constante permanência no seio da igreja eleita: “O Senhor conhece os que lhe pertencem” (2 Tm 2.19). Confiemos. Descansemos. Porém, não nos acovardemos. Paulo nesta particularidade é implacável para com seu pupilo na fé, Timóteo:
Timóteo, além do cuidado pessoal, tinha que velar pela sã doutrina, bem como fugir da avareza ao mesmo tempo em que deveria levar a igreja à constante vigilância tendo como alvo a vida eterna, a pátria celestial. A igreja atual tem sofrido constantemente com os falsos mestres moralistas travestidos de uma falsa piedade e zelo espiritual. Não é por falta de advertência bíblica. Paulo alertou contundentemente a igreja em Filipos. No capítulo 3.2, os falsos mestres são chamados de “cães”. Eles estão dentro da igreja que pertence ao Senhor Jesus Cristo. Eles são indomesticáveis. Organizam-se em matilhas. São impuros, egocêntricos, avarentos, idólatras, carnais, moralistas e hipócritas (Fl 3.1–21). Eles precisam ser urgentemente amordaçados (Tt 1.11).
Então por que a igreja atual tem demasiadamente tolerado tais mestres em seu meio e púlpito? Por que a liderança tem sido em geral indiferente há tão grande lástima? Certamente, o mundanismo que tem permeado todas as áreas da igreja é um agente potencializador e, em muito tem cooperado para tal quadro decadente. Contudo, não minimizemos os desejos mais espúrios e carnais dos falsos mestres e dos seus admiradores que têm se alimentado de seus erros e práticas antibíblicas. Tragicamente, os “Himeneu(s) e Alexandre(s)”, têm sido mais ouvidos do que os “Timóteo(s)” e “Tito(s)”. Quem são midiáticos? Quem são propagandistas? Quem alimenta o ego e a carne? Quem ama o ovacionismo? Quem alimenta o sistema religioso institucionalizado mercantilista? Quem ama desesperadamente o dinheiro? A resposta é muito simples – Os falsos mestres e seus seguidores, a igreja “mundanizada” e escravizada pela mídia mercantilista.
Que faremos então? Oremos, preguemos e paguemos o preço em prol do verdadeiro evangelho, o antigo, mas sempre atual evangelho da graça de Cristo, que nunca foi contrário à propagação do reino nos quadrantes do mundo. Ocupemos então, os meios de comunicação de forma bíblica e piedosa a fim de proclamarmos a salvação em Cristo, mas também, o juízo de Deus contra todos àqueles que não passam de verdadeiros aproveitadores.
Soli Deo Gloria. Amém!
Os falsos mestres de hoje são bem parecidos com os de ontem. Seus erros e práticas são mais visíveis por força da velocidade da informação e propaganda. Os pecados são os mesmos. Os objetivos são os mesmos. Eles amam e se deleitam no prazer do pecado. Precisam custear seus mais exóticos, estapafúrdios e caros desejos carnais. Como? Eles se infiltram na igreja a fim de usá-la para fins gananciosos. Eles nunca saíram por completo de nosso meio. Deus os mantém dentro de seu soberano, sapiente e eterno plano. Naquele grande dia tudo será revelado. Inclusive alguns mistérios que giram em torno dos falsos mestres em sua constante permanência no seio da igreja eleita: “O Senhor conhece os que lhe pertencem” (2 Tm 2.19). Confiemos. Descansemos. Porém, não nos acovardemos. Paulo nesta particularidade é implacável para com seu pupilo na fé, Timóteo:
“Tem cuidado de ti mesmo e da sã doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes”. “Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a mansidão” (1 Tm 4.16; 6.11).
Timóteo, além do cuidado pessoal, tinha que velar pela sã doutrina, bem como fugir da avareza ao mesmo tempo em que deveria levar a igreja à constante vigilância tendo como alvo a vida eterna, a pátria celestial. A igreja atual tem sofrido constantemente com os falsos mestres moralistas travestidos de uma falsa piedade e zelo espiritual. Não é por falta de advertência bíblica. Paulo alertou contundentemente a igreja em Filipos. No capítulo 3.2, os falsos mestres são chamados de “cães”. Eles estão dentro da igreja que pertence ao Senhor Jesus Cristo. Eles são indomesticáveis. Organizam-se em matilhas. São impuros, egocêntricos, avarentos, idólatras, carnais, moralistas e hipócritas (Fl 3.1–21). Eles precisam ser urgentemente amordaçados (Tt 1.11).
Então por que a igreja atual tem demasiadamente tolerado tais mestres em seu meio e púlpito? Por que a liderança tem sido em geral indiferente há tão grande lástima? Certamente, o mundanismo que tem permeado todas as áreas da igreja é um agente potencializador e, em muito tem cooperado para tal quadro decadente. Contudo, não minimizemos os desejos mais espúrios e carnais dos falsos mestres e dos seus admiradores que têm se alimentado de seus erros e práticas antibíblicas. Tragicamente, os “Himeneu(s) e Alexandre(s)”, têm sido mais ouvidos do que os “Timóteo(s)” e “Tito(s)”. Quem são midiáticos? Quem são propagandistas? Quem alimenta o ego e a carne? Quem ama o ovacionismo? Quem alimenta o sistema religioso institucionalizado mercantilista? Quem ama desesperadamente o dinheiro? A resposta é muito simples – Os falsos mestres e seus seguidores, a igreja “mundanizada” e escravizada pela mídia mercantilista.
Que faremos então? Oremos, preguemos e paguemos o preço em prol do verdadeiro evangelho, o antigo, mas sempre atual evangelho da graça de Cristo, que nunca foi contrário à propagação do reino nos quadrantes do mundo. Ocupemos então, os meios de comunicação de forma bíblica e piedosa a fim de proclamarmos a salvação em Cristo, mas também, o juízo de Deus contra todos àqueles que não passam de verdadeiros aproveitadores.
Soli Deo Gloria. Amém!
Fonte: Bereianos
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