26 julho 2020

O Crescimento em Santificação

É seguro dizer que a maior preocupação que os apóstolos tinham em relação à vida daqueles que se encontravam sob seus cuidados era que eles vivessem vidas santas (1Ts 5.23; 1 Pe 1.15; 1Jo 1.5-6). A santificação é tão essencial que cristãos professos que não demonstram interesse por ela revelam o perigoso estado de sua alma, pois sem santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).

Por isso, saber como ter uma vida santificada deve ser uma das maiores prioridades para o cristão. Como somos santificados?

Em primeiro lugar, precisamos conhecer e confiar no Deus trino que salva as pessoas do pecado. Santificação significa, em termos bem simples, crescer na semelhança de nosso Deus e Pai. Quando nos conformamos à imagem de Cristo, inevitavelmente nos tornamos mais parecidos com Deus. Começamos confiando na obra consumada de Cristo na cruz, pela qual seu povo é salvo e capacitado para a santificação. Sem sua vida e morte, não haveria justificação e, portanto, também não haveria santificação. O Espírito Santo habita em nós e nos santifica, dando-nos vida e um coração que ama as coisas de Deus, aplicando a Palavra ao nosso coração e produzindo seu fruto na nossa vida. Sem o Deus trino, todos nós estaríamos entregues ao nosso estado natural de morte nos nossos pecados e transgressões nas garras de um inimigo triplo: Satanás, o mundo e o pecado que reside em nós (Ef 2.1-2).

Em segundo lugar, precisamos confiar que Deus nos deu, em sua Palavra e, mais especificamente, nos Dez Mandamentos, tudo o que precisamos saber sobre a santidade. A Bíblia nos informa sobre aquilo de que precisamos nos arrepender e sobre aquilo a que devemos obedecer – o que devemos deixar de fazer, pensar e sentir e o que devemos começar a fazer, pensar e sentir (Is 1.16-17; Rm 13.12; Ef 4.22,24).

Em terceiro lugar, precisamos saber que Deus nos deu todo o poder necessário para que a santificação ocorra na vida de seus filhos. Em Efésios 1.16-20, Paulo ora para que eles venham a conhecer Deus, a ter esperança, a conhecer as riquezas da glória de sua herança e a conhecer a grandeza do poder de Deus para os cristãos. Então passa a explicar que esse grande poder é o mesmo por meio do qual Jesus foi ressuscitado dentre os mortos "fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais" (Ef 1.17-20).

Em quarto lugar, precisamos permanecer atentos a dois grandes erros em relação à Santificação: legalismo e liberalismo. O legalismo procura acrescentar o mérito das nossas obras a Cristo e a sabedoria das nossas regras à Palavra de Deus, mas, ao fazê-lo, ele perde Cristo, liberdade, esperança, obediência, graça e amor (GI 5.1-7). O liberalismo distorce nossa liberdade em Cristo e a transforma em oportunidade para pecar, conduzindo à imoralidade de todo tipo, à adoração falsa, a conflitos em relacionamentos e à falta de autocontrole (GI 5.13,19-21).

Por fim, precisamos crucificar a carne e viver no Espírito (GI 5.24-25). Crucificar a carne significa abandonar ativamente o pecado e desenvolver um ódio cada vez maior pelo pecado. A única intenção do pecado é destruir qualquer semelhança de Cristo. Por isso, o arrependimento é uma graça contínua sempre confessando, sempre orando por perdão, sempre abandonando o pecado. Viver no Espírito significa crescer em santidade. Significa tornar-se cada vez mais semelhante a Cristo. O fruto do Espírito são graças diametralmente opostas às obras da carne (GI 5.22-23). O amor extermina o adultério, o ódio, a briga e a inveja; moderação é uma arma poderosa contra impureza, embriaguez e diversões exageras das; a mansidão, contra assassinatos; a paz, contra sedições; e a bondade, contra a ira. Essas graças não têm sua origem no coração humano, são uma consequência direta do Espírito que reside no cristão. Os cristãos são recebedores da graça, mas plenamente responsáveis por obedecer o mandamento de confiar no Senhor e de aproveitar os meios da graça para produzir esse tipo de fruto em abundância em sua vida.

Assim, podemos entender nossa necessidade extrema do Deus trino, de sua Palavra sagrada e de sua mão poderosa, para que ele nos guie graciosamente na graça da santificação, mantendo-nos longe das rochas perigosas do legalismo e dos abismos do liberalismo – tudo para a glória de Deus.

Fonte: Bíblia de Estudo Herança Reformada

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