A união com Cristo é, sem dúvida, uma das bênçãos e um dos privilégios mais extraordinários de todo cristão. Essa união é estabelecida pelo Espírito Santo no momento da regeneração, quando ele separa de Adão um pecador e o enxerta em Cristo. O Espírito estabelece, então, uma união espiritual entre Cristo e o pecador – uma união que não pode ser rompida, que é irreversível e eterna.
Ao fazê-lo, o Espírito Santo restabelece entre Deus e os pecadores um relacionamento pactual que existia entre Deus e Adão antes da Queda. Apesar de a essência dessa união ser idêntica a essa união pactual original, existe uma diferença significativa: o laço da aliança entre Deus e Adão demonstrou que era frágil, pois havia sido estabelecido de modo exterior ao ser de Deus. Mas quando o Espírito Santo une um pecador a Cristo, o laço é interno ao ser de Deus. Ele é estabelecido dentro da segunda pessoa da Trindade, no Senhor Jesus Cristo. Quando um pecador é unido a Cristo, ele é unido ao Deus trino com um laço pactual que não pode ser rompido por toda a eternidade. Assim como é impossível separar as naturezas divina e humana de Cristo, é igualmente impossível dissolver o laço pactual entre Deus e seu povo, estabelecido em Cristo. Por isso, Paulo pôde escrever com ousadia aos cristãos que nada "poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 8.39).
Apontamos para tudo isso quando dizemos que os cristãos estão unidos a Cristo pela fé. Essa gloriosa verdade objetiva precisa também se tornar uma realidade experiencial se quisermos desfrutar de seus benefícios abençoados. Objetivamente, essa união é estabelecida no momento da regeneração, mas essa união com Cristo é subjetivamente estabelecida e mantida pelo exercício da fé. E é apenas por meio da fé que o cristão pode se conscientizar dessa união e desfrutar de seus benefícios.
Por parte de Deus, essa união é ininterrupta, mas por parte do cristão a consciência e o desfrute dessa união dependem essencialmente do exercício da fé. Quanto mais um cristão exercita a fé, mais ele desfruta da realidade e do consolo de estar unido a Cristo. O desfrute dessa união é, portanto, diretamente proporcional à nossa apropriação dela por meio da fé. Em João 15, Cristo amorosamente incentiva seu povo a permanecer nele, dizendo: "Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós (...) Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto" (Jo 15.4-5). Cristo deixa muito claro que deseja que os cristãos vivam em pleno conforto e consciência dessa união. Por isso, é essencial que os cristãos exercitem a fé no Senhor Jesus Cristo e em sua obra consumada a cada dia. Haverá tempos em que essa fé será exercitada quando não nos empenharmos emocionalmente - e até mesmo na ausência das estruturas doces e tenras que os filhos de Deus tanto prezam. Nesses momentos, não nos sentimos unidos a Cristo, mas, por meio da fé, agarramo-nos à verdade de que, mesmo assim, estamos unidos a ele. Como é grande a bênção quando vivemos cada vez mais pela fé e não pelo sentimento! "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem" (Hb 11.1).
Você sabe se está unido a Cristo? Se estiver, será atraído de forma irresistível a ele, vai abraçá-lo pela fé, conformar-se progressivamente a ele e ter cada vez mais certeza de sua união com ele. Se isso, em alguma medida, descreve sua vida, continue indo a Cristo e permanecendo nele. Ao fazê-lo, você desfrutará cada vez mais da sua união objetiva com Cristo e entenderá cada vez mais o que Paulo quis dizer quando escreveu: "Já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8.1).
Fonte: Bíblia de Estudo Herança Reformada
26 julho 2020
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